1.9.03

Meu dia de fiscal

Nesse domingão geladinho arranjei um bico como fiscal do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Não vou negar que foi a maior moleza, o trabalho não era complicado, tinha lanchinho gostoso e maquininha de bebidas quentes a disposição. A classe em que fiquei com a companheira fiscal Paula, professora de português, era formada por 40 garotinhos que atendiam pelo nome de Rafael (o cômico foi um pai que chegou a porta perguntando se tinha algum Rafael naquela sala).
Como a prova durou longas 5 horas (tem sempre gente que fica até o final) e a gente não tinha muito o que fazer a não ser ficar mudando uns engraçadinhos de lugar, resolvemos ler as redações dos garotos que já tinham ido embora.
Não fiquei surpresa pela grande maioria das redações estarem medonhas, infelizmente o ensino público deixa muito a desejar, mas um aluno de 17 anos, 3°ano, ter 25 erros de ortografia numa única redação me deixou chocada, coisas como deicha(deixar), violenca (violência) e cilêncio (silêncio) indicam uma sub-alfabetização no fim do ensino médio...que pessoas a progressão continuada anda formando e entregando para o mercado de trabalho, eliminar a repetição nas escolas públicas não levanta a auto-estima de ninguém como pensa meia dúzia de pedagogos estúpidos que se importam mais com estatísticas que com as pessoas.

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